quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Enquanto isso, ao pé do Monte Sinai...

1 Balalaquias 31.1;12 (dos fragmentos encontrados no Mediterrâneo)

31 Balalaquias – Olá Zelofeade, filho de Esã, aqui está uma perna de cordeiro assado como mo pediram para trazer neste lugar.
Zelofeade – Como estava receoso que não enviassem o assado, Balalaquias!
Balalaquias – Ei-lo, Zelofeade. É grande tua fome?
Zelofeade – Grande é minha fome, ó filho de Ruach-Chachim.

Balalaquias – Mas, diga-me varão, que fazes tu entre estas pedras do Sinai?
Zelofeade – Vigio, Balalaquias, vigio conforme a palavra do Senhor.
Balalaquias - Falaste com o Deus de nosso pai Abraão, Zelofeade?!
Zelofeade – Não estavas aqui anteontem, varão?


2 Balalaquias – Nem te conto, ó filho de Esã... eis que uma moabita subiu do deserto e eu a chamei para uma tenda que montei longe do arraial dos filhos de Israel para conhecê-la... os dois peitos dela eram tão belos quanto um par de gazelas a correr pelos campos de trigo no entar...
Zelofeade – Balalaquias!! Não ouviste que o Senhor que nos tirou do Egito falou com Moisés para que o povo lavasse suas vestes por que vem ao monte?
Balalaquias – Lavar... não.
Zelofeade – Escuta então, o nosso Senhor chamou a Moisés dizendo: “Eis que virei numa nuvem espessa e chamarei a tu Moisés para que subas e fale comigo” assim disse mais ou menos o Senhor, se me lembro.

3 Balalaquias – Que embaraço o meu, não sabia destas palavras.
Zelofeade – Disse também para não se chegar a mulheres neste dia. Tu bem que violastes esta palavra com a moabita do deserto.
Balalaquias – O Senhor falou para não “se chegar”.
Zelofeade – E tu, que fizeste?
Balalaquias – Entrei com tudo hahahahahah!!
Zelofeade – Hahahahahhahaha...!, fala a mim a verdade Balalaquias, não te sentes mal? Não achas que vai morrer por ter penetrado as entranhas da moabita?
Balalaquias – Não. Acho que estou mais vivo que tu.
Zelofeade – Ah, filho de Ruach-Chachim, minhas pernas doem.

4 Balalaquias – Mo diga, a que tu vigias então?
Zelofeade – Sim, vigio o monte a três dias e três noites para que ninguém, desavisado como tu o toques e pereça.
Balalaquias – Vigias o monte? Tornar-se-ão de ouro estas pedras aqui?
Zelofeade – Esqueço de te dizer o mais importante! O próprio Senhor está agora a conversar com Moisés e Arão!! No alto do monte!

5 Balalaquias – Eia! Que novidade! Subamos, Zelofeade, subamos! Passa para trás de mim!! Vamos perguntar ao
Senhor por que prospera o mau!!
Zelofeade – Detenha-te Balalaquias, és primo meu de segundo grau e considero-te, não quero que pereça!
Balalaquias – Por que pereceria eu?
Zelofeade – Pois todo aquele que no monte tocar, perecerá – assim disse o Senhor!
Balalaquias – Zelofeade, não estás a pisar no monte agora?
Zelofeade – Ahm, penso que não.
Balalaquias – Como determinou Moisés onde começa e onde termina o monte?

6 Zelofeade – Não sei, Balalaquias.

7 Balalaquias – Se tu soubesses calcular áreas como no Egito me ensinaram, saberias que estás a pisar no monte, e não pereceu.
Zelofeade – Falas a verdade, Balalaquias?
Balalaquias – Falo... Zelofeade, daí ouvidos à minha voz: conheci a moabita, não lavei minhas vestes, pisamos no monte...todas estas cousas temos praticado e não perecemos. Que mais será de inverdade que Moisés ao povo contou?
Zelofeade – Balalaquias, sempre te adverti para não ficar de conversas com os escribas...

8 Balalaquias – Mal sabes o que aprendi naquela viagem com os fenícios...
Zelofeade – Os fenícios! Voltaste com aquela serva de cintura fina, daquela terra de 90 cidades, qual era o nome da terra...?
Balalaquias – Creta, não me esqueço da dança com os touros...
Zelofeade – Eis tu aí em minha frente falando em mentiras de Moisés e rejubila-te lembrando de diversões pagãs! Que faremos pois?
Balalaquias – Faremos?
Zelofeade – Sim, tu me deixas inquieto de dúvidas e não faremos nada?

9 Balalaquias – Zelofeade, se alguma cousa fizermos e por fim descobrimos que Moisés e Arão estão a jogar sortes e a beber o forte vinho e que não há Deus no meio deles... certamente morreremos.
Zelofeade – Apavora-me com estas palavras primo meu.

10 Balalaquias – A mim também. Prostrar-se-ão muitas mãos sobre nós e nos apedrejarão com pedras... mas se tu comigo vier, há uma caravana que vai para Zoã. De lá podemos ir com os fenícios para uma linda praia em Panormos!
Zelofeade – Mas o Senhor nosso Deus está preparando para nós leis que nos fará nação forte...abandonaremos ao Senhor e ao povo?
Balalaquias – Ouví-me filho de Esã, se Moisés descer do monte com leis para que o povo obedeça, não será ele o primeiro a fazer isso...
Zelofeade – Não será?

11 Balalaquias – Não, Zelofeade. Não ouvias tu as lendas no Egito, do Grande Faraó Menes que ao povo trouxe a lei entregue pelo Deus Toth? Também não ouvi eu, que na grande ilha de Creta, Minos recebeu do Deus Velcanos o “Livro da Lei” no cume do monte Dicta? E na distante terra dos ricos babilônios, Hamurabi não recebeu muitas leis para o povo, do Deus Shamash? E não foi do Deus Kyron...
Zelofeade – Basta Balalaquias, Basta!! Acredito em tua sabedoria, estiveste em mais terras que eu... mas como meu coração se esquecerá da promessa do Senhor?
Balalaquias – Zelofeade, já disse eu que as mulheres da ilha de Creta, casadas, virgens, viúvas, todas elas...andam de peitos nus?

12 Zelofeade – Maldito sejas, Balalaquias! Leva-me para esta caravana agora!!

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